A armadilha da renda média é um cenário em que a economia de um país não consegue fazer a transição para os níveis mais altos de renda per capita. Os países de baixa renda geralmente tendem a fazer uma transição mais rápida para os níveis de renda média, impulsionados por baixos salários, mão de obra barata e atualização tecnológica básica. No entanto, apenas alguns países conseguem alcançar o status de alta renda.
Não há consenso em torno da teoria da armadilha da renda média. Foi e ainda é algo muito debatido entre muitos economistas e formuladores de políticas ao redor do mundo sobre se tal armadilha realmente existe.
Historicamente, algumas evidências sugerem que os países da América Latina e do Oriente Médio sofreram armadilhas de renda média por pelo menos quatro ou cinco décadas. De acordo com um relatório do Banco Mundial, dos 101 países de renda média em 1960, apenas 13 países alcançaram o status de alta renda em 2008, com base no nível de renda per capita em relação aos Estados Unidos.
Os exemplos mais recentes são o Brasil e o México, que foram apontados como candidatos à transição para economias desenvolvidas, mas não conseguiram o mesmo sucesso que o Japão ou alguns países do Leste Europeu.
Se de fato existe uma armadilha da renda média, os economistas argumentam que, depois de chegar a uma economia de mercado médio amadurecida, os formuladores de políticas precisam ser inovadores, fortalecer as capacidades institucionais e buscar fontes renovadas de crescimento, em vez de depender dos motores tradicionais de crescimento — como agricultura, mineração e indústria de base — para evitar tais armadilhas.
Origem do termo
Os economistas Indermit Gill e Homi Kharas cunharam o termo no Banco Mundial em 2006, quando trabalhavam nas estratégias básicas para a economia do Leste Asiático. A armadilha da renda média se tornou um novo fenômeno e foi mencionado pela primeira vez em 2007, no relatório do banco mundial.
Dinâmica
De acordo com o conceito, um país na armadilha da renda média perdeu sua vantagem competitiva na exportação de manufaturados devido ao aumento dos salários, e não consegue acompanhar as economias mais desenvolvidas no mercado de alto valor agregado. Como resultado, economias recém-industrializadas como África do Sul e Brasil não deixaram, por décadas, o que o Banco Mundial define como a ‘faixa de renda média’, uma vez que seu produto nacional bruto per capita permaneceu entre 1.000 e 12.000 dólares. Eles sofrem de baixo investimento, crescimento lento no setor secundário da economia, diversificação industrial limitada e más condições do mercado de trabalho, além de cada vez mais terem o envelhecimento de suas populações.
De 1960 a 2010, apenas 15 das 101 economias de renda média escaparam da armadilha da renda média, incluindo Hong Kong, Japão, Cingapura, Coréia do Sul e Taiwan.
Soluções
Evitar a armadilha da renda média requer a identificação de estratégias para introduzir novos processos e encontrar novos mercados para manter o crescimento das exportações. Também é importante aumentar a demanda doméstica, porque uma classe média em expansão pode usar seu crescente poder de compra para comprar produtos inovadores e de alta qualidade e ajudar a impulsionar o crescimento.
O maior desafio é passar de um crescimento baseado em recursos, mão de obra barata e capital barato, para um crescimento baseado em alta produtividade e inovação. Isso requer investimentos em infraestrutura e educação – construindo um sistema educacional de alta qualidade que encoraje a criatividade e apoie avanços em ciência e tecnologia, que possam ser aplicados de volta à economia. A diversificação das exportações também é considerada importante para escapar da armadilha da renda média.
Com informações da Wikipédia.